Onde vamos, afinal? - Vinte e uma primaveras

Onde vamos, afinal?

16 de fevereiro de 2018


Esse sentimento que vive aqui num cantinho do meu coração vez ou outra sobe a cabeça e vem me atormentar. Não pense que eu era feliz e não sabia, porque eu sabia sim; eu tinha plena certeza disso. 


Mas aí, veio uma tal de oportunidade (elas sempre vem), que em parte, só em parte, a gente acreditou que tinha a ver conosco, e resolvemos agarrá-la. Junto com ela uma porção de "e se...?" nos fizeram dizer sim pra essa nova fase.

Mudamos tudo. De casa, de emprego, de hábitos, não temos mais carro, nem família por perto.

Só que aquele sentimento escondido no coração, vem sempre me perguntar, será mesmo? Será que é isso? Uma vida nova aqui significa sacrificar o que tínhamos outrora? É isso o que queremos? Ou será que não estamos nos entregando o bastante? Será que devíamos parar de olhar para trás?

Quando penso em voltar, jogar tudo pro alto e fazer diferente, mesmo que isso signifique retroceder aqueles "e se..?" reaparecem. Vivo alguns instantes de ansiedade e depois calo todas essas perguntas com um pouco de fé no que há de vir.

 Eu me lembro de ouvir as pessoas falarem que eu tinha que pensar além. Lembro de desejar isso. De querer voar longe. Também me recordo de uma amiga dizendo que foi embora porque ali não tinha nada a mais pra ela. Na época até me agarrei a isso. Talvez não tinha nada mais pra nós ali no passado. Só que hoje eu acho que já tínhamos tudo do que precisávamos, e eu não quero mais do que aquilo. Não que eu sonhe pequeno, me acomode; a verdade é que eu sei o que é essencial, e não preciso nada mais do que isso.

Onde vamos parar afinal? Eu não sei, ninguém sabe. Essa é a graça da vida. E assim seguimos, fazendo-nos perguntas para as quais não temos resposta, vivendo a vida da melhor forma que podemos, sendo felizes, e novamente tendo plena certeza disso.


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